segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um dia qualquer

Oito Badalas.
Contava-as todas as manhãs e assim sabia as horas, naquele dia não foi diferente.
Oito horas.
Mesmo sem vontade, sabe que é hora de se levantar e ver o dia começar. Abre os olhos e encara a janela, por uma fresta da cortina entra a claridade cinza do dia lá fora.
- Droga, achei que tivesse fechado direito a cortina ontém.
Perfeccionista, sente de leve, ímpeto de fechar a abertura, não o faz, prefere se revirar na cama e acaba por ter o teto sob seus olhos.
- Mais um dia.
Mais um, chuvoso e frio. sente falta do aquecedor que em Buenos Aires era um aliado ao ter que sair do quentinho da cama. O dia anterior não fora bom, prometia ser, mas não foi, gerando nela um certo desânimo em começar outro.
- Hoje quero que meu dia seja bom - pensou - quero boas notícias, dizem por aí que mentalizar dar certo, porque não?!
Sorriu, riu de si mesma , não costumava acreditar nessas crendices. E com fôlego vindo de não se sabe onde, pulou da cama e iniciou suas atividades rotineiras.
Hora após hora seu dia foi passando. Acabou por esquecer o que havia mentalizado pela manhã. Abriu seus e-mails, tomou seu chá, almoçou qualquer coisa, foi ao banco...
Toca o telefone.
- O que? é sério? Eu quero sim...
Mal podia acreditar no que havia escutado, saltitou pela casa, berrou, gargalhou numa euforia sem tamanho. Sentiu-se como há muito não sentia.
- Como é bom ser feliz!
Falou pra sim mesma, querendo, implorando para aquele sentimento não deixa-la. O telefone:
- Alô... sou eu sim... claro, pode perguntar... A idéia surgiu mais ou menos assim...
Desligou. Se olhou no espelho e estava vermelha, não só a maçã do rosto, mas todo ele, chegando até as orelhas. Sentiu vergonha por estar envergonhada. Desfrutou daquele momento único, daquela sensação... Ah, a felicidade, gostaria de viver com ela, de saber lidar com ela.
Num piscar de olhos e muito sorrisos, o dia passou. Fechou as cortinas, dessa vez certificando milimétricamente para que não fique nenhuma abertura.
Deitou-se.
Lágrimas involuntárias correram por sua face, sabia que deveria ser assim, mas não queria deixa-la ir, estava se despedindo dela, que a fizera tão bem, que deixara seu dia tão colorido. Sabia que ao abrir os lhos para um novo dia, a felicidade teria ido embora...

3 comentários:

Manuela disse...

ai que liiiindo budi!! adorei as bochechinhas vermelhas de felicidade! adorei a forma de continho!

Jana disse...

Adoreiiiii, lindo lindo lindo!!!

Eu que adoro comida disse...

Nossa eu amei ler ficou fodaaaao parabéns!