domingo, 4 de outubro de 2009

198 kg

Essa semana senti na pele, ou seria no corpo?!, o peso que uma palavra carrega e ainda mais pesado é a decisão que antecede a expressão num conjunto de letras. Uma conversa pode levar por água a baixo algo que estava certo e fazer o que estava nítido, ficar tão esfumaçado quanto as janelas fechadas de um carro em baixo de uma chuva sem fim.
Em menos de 6 horas tive que decidir o início do meu futuro. Quase sem parâmetros, tive que sentar em frente à uma das minhas alternativas e negar o que me era oferecido. Sem estar certa de que essa era a melhor, disse não e me retirei. Sem saber se fiz o certo, saí daquela sala e chorei. Na minha cabeça, palavras... milhares delas, rodopiando e me deixando tonta, pesada. Liguei pra minha mãe, ela que me oferece a segurança que só quem gera consegue, despejei em 1 minuto e meio, 6 horas de angustia. Liguei pro meu namorado, ele que me oferece a segurança que só quem ama consegue, e em 5 minutos recebi o abraço que eu necessitava pra sentir que tinha feito a coisa certa.
Ouvi das pessoas que souberam, o que eu já sabia, mas que por um bloqueio pessoal eu não enxergava, acho que foi pela chuva que demorou para estiar ou quem sabe pela gorda de 198 kg que estava sentada sobre a minha cabeça, achando que lá era seu lugar... ah, Dona Decisão, pegue suas pesadas palavras e procure outra cabeça pra se aninhar, porque eu fiz a coisa certa e estou me sentindo muito muito leve... Será por isso que escutei tantas vezes esse fds o qto estou magrinha? Não, acho isso é resultado dos 02 meses de regime, bem, mas isso já é outra história...

sábado, 26 de setembro de 2009

30 horas por dia

Sabe quando a pessoa não tem tempo nem pra respirar? Assim foi a semana que passou. Não acompanhei as notícias, não tirei as fotos do fds da máquina, não dei atenção pra minha mãe, não falei com minha irmã, fiz milhões de coisas e não fiz o que eu queria ou deveria.
Uma semana de 30 horas por dia, por favor?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Caindo na cama de gato

Depois de bolor, com muita chuva e humidade, o sol resolveu aparecer, tímido, mas veio. O domingo prometia ser divertido! Eu e o Keko havíamos combinado de levar o Arthur (primo dele, quase 03 anos) ao circo, num espetáculo de um desenho infantil que ele adora. Mal sabíamos onde estávamos nos enfiando...
A roubada já começou no começo, literalmente, o preço da entrada era um roubo! Mas tudo bem, o pequeno é nosso xodó!! Muitas crianças, pais com famílias inteiras empuleiradas nas arquibancadas em volta do picadeiro de um circo muito do mal montado, pra ser boazinha. Muita lama, banheiros podres (ao ponto de uma criança sentir nojo), demora e mais demora pra iniciar. E claro, a estratégia da venda de doces, pipoca e milhões de besteiras coloridas que chamam os olhinhos curiosos das crianças. Bom, nem preciso dizer que o Arthur queria tudo que ele via, né? O Algodão doce e a pipoca nós demos, dai pra frente foi explicar ou mesmo fingir que nem ouvíamos, afinal, ele não queria realmente aquilo tudo.
Finalmente o espetáculo começa, nada de Backyardgans, os primeiros 40 minutos eram de atrações de circo... agora me diz, vocês acham que aquelas crianças estavam interessadas em mulheres fora de forma e semi nuas fazendo coreografia pobres, um malabarista que errou o número, o trapezista que caiu, o palhaço sem graça? Eu respondo com a sinceridade de uma criança de 3 anos, que no silencio do intervalo de algum número, falou em alto e bom som:
-"Que saco, o quelo Backyardigans."
O Arthur é bem carinha de pau... hahaha... nem consegui brigar com ele pelo linguajar, até pq estava concordando com ele e quando finalmente achamos que iria começar... não, intervalo de 10 minutos e uma grande infestação de vendedores de porcaria, mais uma vez.
Achamos que não poderia ficar pior, preciso dizer q nos enganamos?! Pois é, o show que é pra crianças maiores que 03 anos, inicia em inglês (???). Finalmente entram os bichinhos, numa fantasia horrível pra nós adultos sem magia no olhar, a realização pros nenens todos que estavam ali... a felicidade era tanta que as crianças queriam pegar neles, não entendiam como eles tinham saído da tv, estavam ali pertinho e eles não podiam nem toca-los.
O inferno já estava armado, o Turzinho só queria chegar perto deles e ao constatar que não podia ficou manhoso e triste, com olhinhos cheios de lágrimas, que me partiram o coração... ele repetia a todo momento que "estava muito "tisti". Foram apenas 20 minutos de show, mais que o suficiente pra minha paciência, pouco praquelas crianças que esperaram a tarde inteira pra se divertir com eles. Um show feito pra elas, onde não existe interação alguma.
A decepção foi tamanha, para ambos e isso que somos só primos, imagino os pais que trouxeram seus 3 filhos e gastaram bem mais do que podiam num evento onde as crianças ao invés de saírem felizes e gargalhando, saem chorando e decepcionadas. Pois é, o Arthur não foi o único a sair chorando, ele e 80% do público infantil.
É ou não é uma verdadeira cama de gato?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Palestra

Semana passada agarrei uma oportunidade quase sem pensar, fui convidada a palestrar para alunas do curso de Moda da Faculdade Estácio de Sá. Minha missão era de dar a estas meninas o primeiro contato com a futura profissão escolhida por elas.
Além de apresentar meu TCC, numa forma de mostrar a elas como criar um produto, falei um pouco sobre minha experiência profissional e como uma empresa funciona, lá dentro, antes de colocar suas roupas na passarela ou nas vitrines... a falta de glamour e todos os problemas que existem dentro de qualquer profissão. Me senti bem e muito segura, ali apresentando um pouco do que eu sei pra elas. Respondendo perguntas e no final colhendo os méritos e elogios sobre minhas palavras.
O nervosismo tomou conta de mim durante os primeiros 02 minutos, ao ver aquelas carinhas todas me olhando, balões de pensamento saiam das suas cabecinhas, rostos famintos por informação me devoravam... a expectativa de saber se eu estava a altura do que elas imaginaram. Foi uma experiência única até hoje, diferente de enfrentar uma banca em que tive q convencer professores e profissionais que sei do que estou falando. Ali não, elas tinham o mínimo do conhecimento e eu era sua fonte de informação. Falei por pouco mais que uma hora, respondi perguntas e agradeci pela atenção que elas me concederam.
Esta manhã fortaleceu uma vontade dentro de mim, algo que eu pensava, buscava mas não tinha certeza. Mas que agora está se tornando uma meta e metas são boas, nos fazem andar pra frente e é pra frente que eu quero continuar!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O meu samba tem sem ter e ainda assim

É, voltando da minha aula de bike pela principal rua da cidade, fechada e vazia, escura... cabeça a mil, caminhei com o pensamento nessas semanas que estive longe do blog. Nos acontecimentos diversos que hora pós hora iam preenchendo meus dias, fazendo com que minhas 24 horas fossem poucas para fazer tudo e ainda ter tempo de sentar e escrever.
Fiquei admirada com a resposta que tive do meu cérebro, lembrei de quase tudo (o que já é considerado um milagre em se tratando da minha cabecinha... sou esquecida assumida), mas não foi isso que me deixou "espantada". Relembrar os momentos bons foi moleza, além disso, eu sei que eu chorei, fiquei nervosa, briguei com o meu namorado e não consigo lembrar o porquê. Por mais que eu puxe, lá do fundo, eu não lembro.
No momento em que eu me dei conta de que tudo o que me fez "sofrer" foi tão insignificante, tão momentâneo que eu sequer lembro o que foi, dei uma risadinha interna, lembrei do Keko, que nestas horas, sempre me diz: "- Calma amor, a gente dá jeito, nós dois, juntos, resolvemos o que for".
Pois é, aconteceu tanta coisa... festas, despedida, viagem, trabalho, propostas e por ai vai e fico feliz por minha cabeça conseguir selecionar, sozinha, o que me fez bem e guardar na gavetinhas da minha vida, jogando no lixo, tudo aquilo que não prestou... gostaria sim, é de me lembrar deste post toda vez que algo contrário ao que é bom acontece, lembrar que é passageiro e tem solução e que o desespero é desnecessário, afinal, eu tenho uma família ótima, amigos que são verdadeiros irmãos e um namorado perfeito.
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***Hj fazem dois anos que minha Oma se foi, queria escrever sobre a grande mulher e amorosa avó que ela foi... ainda dói pensar nela, a saudade ainda aperta... guardo pra mim, guardo em mim, na tatuagem que fiz pra eles***